quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Mensagem da redação de A Nova Democracia



Prezado leitor de AND,

2011 chega ao fim e já 2012 nos apresenta grandes desafios.

A chegada dos dez anos de A Nova Democracia e tudo que este aniversário representa para a imprensa popular e democrática no Brasil nos enche de orgulho e certeza de que estamos trilhando o caminho da libertação do povo brasileiro, bem como da democracia no mundo todo.

2011 foi sem dúvida o ano dos grandes levantamentos rebeldes de dezenas de povos pelo mundo. Como temos dito em nossas páginas, os avanços das guerras populares na Índia, Peru, Turquia e Filipinas, as revoltas dos povos árabes, as batalhas campais dos trabalhadores europeus, a disposição de luta dos estadunidenses contra o capital financeiro, a heroica luta dos estudantes chilenos contra o velho Estado e o oportunismo, as mobilizações e greves que acudiram o Brasil o ano todo, tudo isso nos encheu de ânimo e confiança na vitoria dos povos sobre o imperialismo.

Grandes e mais elevadas batalhas nos aguardam em 2012 e A Nova Democracia deve corresponder a esse acúmulo das lutas populares na sua luta por uma direção revolucionária.

No que depender de nós, estreitaremos os laços com os movimentos populares, divulgaremos mais os acontecimentos importantes para as lutas dos povos e trabalharemos com mais afinco para consolidar um movimento pela nova democracia no Brasil.

Agradecemos seu apoio, seja nos acompanhando pela internet, sendo assinantes, comprando nas bancas ou diretamente de nossos comitês de apoio em diferentes locais.

Com os cumprimentos da
Redação de A Nova Democracia

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Sr. Carlos, um valoroso companheiro

Nota publicada na nova edição (nº 85) de AND

Pelo menos uma vez ao mês, a redação de A Nova Democracia é visitada por um bom amigo, o Sr. Carlos, um homem simples, sério e dedicado.

Ele é morador do interior do Rio e vem pegar jornais para divulgar em seu bairro e entre conhecidos, e faz questão de pagar. “Temos que colaborar com nosso jornal, é pouco, mas é o que posso pagar”, justifica-se com tom sereno na voz e sorriso confiante.

Sr. Carlos é um velho militante, entusiasta da causa da luta dos povos e do socialismo. Tem uma memória invejável e está sempre nos relatando experiências da luta dos comunistas e do povo brasileiro nas décadas passadas.

Nos contou que é filho de camponês e que seu pai teve que deixar a roça, pois deu uma lição em um capataz explorador aplicando-lhe um merecido golpe de foice.

Nos conhecemos melhor com a convivência. Sempre que nos encontramos, debatemos a situação internacional e nacional, falamos da luta dos povos, do combate ao oportunismo, debatemos algumas divergências e a importância da imprensa democrática e popular.

Dele recebemos sempre palavras de incentivo e encorajamento para avançar com nosso trabalho.
Em nosso último encontro de 2011, esse velho companheiro nos deu mais um exemplo de sua dedicação. Há meses nós havíamos lhe indicado um texto publicado na primeira edição do jornal, As últimas armas do império agonizante. Pois o Sr. Carlos o reproduziu às dezenas e distribuiu para jovens conhecidos.

Esse é um costume que o Sr. Carlos cultiva há anos. Consegue doações de papel e de impressões, além de jornais e revistas antigas. Seleciona textos que julga relevantes e os reproduz. Das revistas antigas ele extrai os grampos e os reutiliza compondo novas brochuras que servem para a educação e politização das massas.

É com apoiadores como o Sr. Carlos que AND cresce e chega às mãos de cada vez mais trabalhadores do campo e da cidade, jovens, homens e mulheres do povo em todos os rincões do Brasil.

A Nova Democracia nº 85 (janeiro de 2012)

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Elogio à Imprensa Democrática

Reproduzimos uma carta enviada ao AND em setembro de 2004, e publicada na edição nº 20 do jornal, por um apoiador de Belém, contendo um poema de sua autoria.


"Olá pessoal da Nova Democracia;

Sou um leitor constante do jornal e gosto muito das matérias. Sempre reflito muito sobre elas. E costumo também escrever alguns poemas sob a luz do que vou aprendendo. Resolvi mandar-lhes um das dezenas que produzi até agora. Espero que aprovem.


Elogio à Imprensa Democrática
(parafraseando B.Brecht)

É bonito
Necessário
Fundamental
Usar da palavra na luta de classes.
Nos embates, nas batalhas
Na sala, ruas, sindicatos
No calor das lutas, manifestações Tomadas legítimas, panfletos
Defesas ataques
Campo dos conflitos das idéias.
Vem, grite filho da causa
Sê muralha intransponível!
Sê a voz do mar bravio
Flecha que arrebata corações
Materialização soletrada
E ardorosa da contradição
Que percorre séculos carente de luz.
Vem propaganda das massas!
Não tema a cabeça guilhotina.
Saiba de tua importância.
Saiba de tua missão.
Segue sob os fuzis apontados
Sob os cárceres ameaçado
Tocando a flauta de tuas verdades
Verdades dos milhões.
Humilde e feroz exemplo de bravura
Aceitai sem pretenções
Nosso sincero agradecimento também.
Ribamar Guerra
Belém-PA


segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Brigada de divulgação do AND na Central do Brasil, amanhã, dia 20 de dezembro!

Convidamos a todos os apoiadores da imprensa popular a participarem da próxima brigada de divulgação do jornal A Nova Democracia que irá acontecer nessa terça-feira, 20 de dezembro, às 17h, na Central do Brasil.
Entre em contato pelo correio eletrônico comite.anovademocracia.rj@hotmail.com

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Companheiros do Nordeste ampliam divulgação de AND

Nota dos companheiros do comitê de apoio ao AND - Vale do São Francisco
O Comitê de Apoio ao Jornal A Nova Democracia tem realizado atividades de vendas de jornais e livros nas universidades do Vale do São Francisco.

As banquinhas tem por objetivo divulgar o jornal para a população da nossa região, e também discutir as questões divulgadas nesse importante veículo de comunicação. Alguns livros difíceis de serem encontrados são vendidos nessas banquinhas.

O comitê também está presente nos principais eventos universitários como o, 3º Seminário Internacional Sobre Capitalismo Burocrático, que foi realizado na UPE- Petrolina, entre os dias 24 e 27 de outubro.

Visite as banquinhas do comitê de apoio e participe da construção de uma nova democracia em nosso país.
 
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Intensa divulgação de AND 
  
 
Trecho extraído de artigo publicado na edição n° 84

Uma das atividades que se destacou durante o III Seminário internacional sobre capitalismo burocrático [realizado na Universidade Federal de Pernambuco] foi uma banquinha organizada pelo Comitê de apoio ao jornal A Nova Democracia, com exemplares do jornal, livros e DVDs.

Foi uma das atividades de divulgação do jornal mais intensas já realizadas no Nordeste. Froam distribuídos, como cortesia, 500 exemplares dos números passados. Foram ainda vendidos vários exemplares do número mais recente, livros variados, filmes, além dos contatos estabelecidos com inúmeras pessoas que procuraram a banquinha.


O comitê de apoio do Rio de Janeiro saúda a iniciativa dos companheiros do Nordeste. Viva a imprensa popular e democrática!

Pelo fim da impunidade! Por justiça e verdade! Charges de Carlos Latuff






Tortura Nunca Mais inaugura memorial às vítimas do regime militar no Rio



 
Por Patrick Granja / A Nova Democracia
No último domingo, dia 11 de dezembro, foi inugurado no Rio de Janeiro um memorial às vítimas do regime militar fascista no Brasil (1964-1984). O evento aconteceu no cemitério de Ricardo de Albuquerque, na zona norte da cidade. No local, o Grupo Tortura Nunca Mais, com a ajuda de pesquisadores, descobriu uma vala clandestina com mais de dois mil corpos. Entre eles, estão 14 militantes presos pelo regime militar, assassinados e enterrados no local. Estavam presentes no evento parentes de vítimas do regime e representantes de várias organizações. A inauguração desse memorial só foi possível graças ao esforço do Grupo Tortura Nunca Mais. A fundadora e presidente do Grupo, Cecília Coimbra, exaltou a importancia do evento, fruto de 20 anos de pesquisas.

Ela também criticou a 'comissão da verdade' sem justiça do gerenciamento Dilma Roussef e disse que vai seguir firme na luta pela verdade, justiça e memória dos heróis do povo brasileiro que tombaram lutando contra o regime militar. Na edição de janeiro de 2012 do jornal A Nova Democracia, confira uma entrevista exclusiva com Elizabeth Silveira e Silva, irmã de René Silva, torturado e assassinado por militares quando lutava na heróica Guerrilha do Araguaia, na década de 70.
 
 

Mensagens de apoio à imprensa popular (edição n° 84)

Cartas de leitores enviadas à redação do AND e publicadas na edição n° 84 (dezembro de 2011) do jornal.

Uma pauta relevante

Parabenizo a todos do jornal A Nova Democracia pelo Editorial -  Meia verdade para a tapeação nacional, publicado na edição de nº 83. Sugiro, se possível, que o "assunto em pauta" continue a ser veiculado nas próximas edições.
Abraços
Marco Antonio Santos

Divulgando o jornal

Sou assinante há algum tempo e gostaria de fazer uma campanha pró-jornal. Apesar de já o divulgá-lo há tempos, só o faço  com meus exemplares da assinatura. Portanto, gostaria de saber como faço para receber alguns exemplares (pagando, claro), para que possa fazer a divulgação em trens, com trabalhadores de ônibus, usuários da rede pública de hospitais etc.
Rafael Caruso


Envie suas sugestões, opiniões e críticas à redação do jornal A Nova Democracia através do correio eletrônico: anovademocracia@gmail.com

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Vídeos mais recentes feitos por Patrick Granja, repórter de A Nova Democracia

Divulgamos abaixo alguns vídeos produzidos recentemente por Patrick Granja, repórter do jornal A Nova Democracia, sobre a ocupação do Complexo do Alemão pelo exército, a  ocupação da Rocinha pelas polícias e vídeos sobre a criminalização da pobreza e da luta popular no Rio de Janeiro.

Os vídeos foram retirados do blog da redação de A Nova Democracia.










 


segunda-feira, 28 de novembro de 2011

AND divulga imagens exclusivas do momento da ocupação do Complexo da Rocinha pelas polícias


Dias após a ocupação do complexo da Rocinha pelas tropas do Estado reacionário, AND divulga imagens exclusivas feitas de dentro do morro do Vidigal no momento da invasão. As cenas foram feitas por colaboradores de A Nova Democracia e mostram desde as primeiras movimentações da polícia e da marinha durante a madrugada, até a chegada dos agentes de repressão ao alto da favela logo após o amanhecer. Tanques blindados inauguraram a operação subindo as frágeis ladeiras do Vidigal acompanhados de perto por nossas câmeras.

Já durante o dia, helicópteros da polícia fizeram vôos rasantes assustando a população. O aparato da polícia serviu apenas para intimidar os trabalhadores pobres que vivem na região e causar clamor dos reacionários de plantão. Isso porque, segundo nossos colaboradores, os traficantes varejistas que dominavam a favela já haviam fugido dias antes da invasão da polícia.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Vídeos de A Nova Democracia repercutem internacionalmente

Por Patrick Granja   
http://www.anovademocracia.com.br/83/07-c.jpg 
AND flagra espancamento de trabalhador por soldados 
 

Durante todo o mês de outubro, A Nova Democracia produziu inúmeras reportagens em vídeo sobre o regime de exceção levado a cabo pelo exército no Complexo do Alemão. Com aproximadamente 5 mil exibições, os cinco filmes de AND sobre a militarização — publicados no portal de vídeos youtube.com — foram amplamente comentados e divulgados nas redes sociais na internet e, internacionalmente, nos portais da organização Repórteres Sem Fronteiras (Reporters Without Borders) e riounderbelly.wordpress.com — que traduziu a notícia para o inglês.

No Brasil, as imagens foram reproduzidas até pelos canais de TV do monopólio dos meios de comunicação. Mesmo assim, alguns desses canais não creditaram as imagens ao AND, borrando a logomarca do jornal nas suas transmissões.

Flagrante de espancamento

No primeiro filme, publicado no dia 2 de outubro, um trabalhador de 42 anos aparece nas imagens sendo espancado por vários soldados do exército no morro da Alvorada — uma das treze favelas do Complexo do Alemão.

Na ocasião, o comando das ‘forças de pacificação’ chegou a convidar a reportagem de AND para comparecer à base do exército no Complexo do Alemão para assistir a outro vídeo que, segundo eles, tornaria incoerentes as nossas imagens. No entanto, o filme gravado por soldados mostra apenas o trabalhador espancado, detido na base, se desculpando, ansioso para deixar o local.

Eu me desculpei na base do exército porque tive medo de ser preso. Tem morador aí apodrecendo na cadeia porque foi preso pelo exército por desacato. Se eu xinguei, eles tinham só que me prender, não me espancar. Mais de dez homens me espancando na porta da minha casa, na frente dos meus filhos e da minha esposa. Eles querem esculachar nós todos aqui — conclui o trabalhador.


AND e ANF censurados

No mesmo dia, as câmeras de AND registraram uma evidência de que o regime de exceção imposto pelo exército no Complexo do Alemão não é uma dor de cabeça apenas para os moradores, mas também para os jornalistas. Quando a reportagem de AND fazia uma filmagem na Estrada do Itararé na companhia de jornalistas da Agência de Notícias das Favelas, um grupo de militares sem identificação interferiu e tentou proibir o trabalho do cinegrafista.

Segundo o oficial à frente do grupo, a proibição foi uma ordem de seus comandantes e filmagens e fotos estariam proibidas no Complexo do Alemão sem autorização prévia do exército. Surpreendentemente, quando os repórteres conversavam com o oficial do exército, um soldado surgiu com uma câmera filmando os jornalistas. Ele chegou a tentar fotografar as credenciais do grupo.

Independente dos esforços do exército para impedir a imprensa democrática e popular de mostrar o que está acontecendo dentro das 13 favelas do Complexo do Alemão, A Nova Democracia seguirá denunciando as arbitrariedades das forças de repressão do velho Estado brasileiro, não apenas no maior conjunto de favelas da América Latina, mas em todas as favelas do Rio de Janeiro e do Brasil.

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* Para assistir aos vídeos, acesse o blog da redação de AND: www.anovademocracia.com.br/blog


AND nº 83 nas bancas!

Mensagens de apoio à imprensa popular

Essas são mensagens enviadas por leitores do A Nova Democracia e publicadas na nova edição do jornal (novembro de 2011).

Megaeventos e corrupção

Companheiros: Sou professor de Educação Física (município de Caruaru-PE). Tenho acompanhado o jornal e em especial as matérias sobre os megaeventos. Também li algumas matérias sobre esporte de massa e esporte de rendimento.
As matérias estão excelentes. Estou escrevendo um artigo sobre a copa do mundo no Brasil, denunciando os interesses políticos e ideológicos e refutando os propalados legados sociais. A matéria sobre o evento no último número do jornal acrescentou subsídios para a conformação do artigo.
Espero que o próximo número construa uma matéria sobre as denúncias de corrupção do ministro (tapioca) do esporte, o sr. Orlando Silva do PCdoB. Precisamos desmascarar estes oportunistas que, utilizando as escadas do movimento democrático e popular, resolvem sua própria vidinha de pequeno burguês e marionete do capital. O PT e o PCdoB urgem ser desmascarados e mostrada a sua verdadeira face de cooptados pelo capitalismo.
Agradecemos. Há braços na luta!

Altamiro
Caruaru, PE


Quem é divulgado também divulga

Gostaria de parabenizar esta fonte de informação séria que o povo brasileiro tem. Se depender de mim, vou divulgar este jornal para todos. Fiquei feliz em ver um repórter desse jornal na manifestação dos bombeiros no Gmar-Botafogo em repúdio a prisão de bombeiros. O Brasil, principalmente o Rio de Janeiro, está aprisionado por essas quadrilhas de políticos que ameaçam as pessoas de se expressar. Espero que este meio de comunicação não se contamine com o resto da imprensa que só visa dinheiro.


 

O discurso de uma múmia

Reditário Cassol (PP-RO) é pai de Ivo Cassol, ex-governador do estado de Rondônia (cassado por corrupção), é latifundiário, é senador. Já bastam essas três péssimas referências para uma só pessoa.
Mas de reacionários desse calão sempre se pode esperar um pouco mais. Seu último feito foi um discurso digno de um capitão do mato. Reditário, defendeu o uso da chibata em presídios para punir os detentos.
Segundo ele, o "chicote, que nem antigamente, [deveria] voltar".
É impressionante como após proferir tamanha bestialidade uma pessoa possa sair incólume, tratada por "vossa excelência". Mas não poderia se esperar nada de diferente vindo do reduto onde ele atua.
 
Jacinto Chaves
Brasília - DF

Orlando Silva e o pecedobê. Charge de Diego Novaes

Charge de Diego Novaes

sábado, 29 de outubro de 2011

Ode aos que não se rendem

 Muro

muro
no alto e suntuoso muro
protetor dos bem nascidos
defensor da divina posse
escreveram em legível blasfêmia
ABAIXO!


Anunciamos o lançamento de Cartas de Alforria, primeiro livro do educador e poeta mineiro R. Ventura. Cartas de Alforria reúne poesias, "filhas legítimas da luta de classes", frutos da experiência e luta do autor, dirigidas aos que, como ele, "insistem em desobedecer".

Em uma breve entrevista concedida a AND, R. Ventura fala um pouco sobre seu trabalho e luta:

 Sempre fui muito ligado à literatura e, em particular, à poesia. Essa ligação, inclusive, foi determinante na escolha de minha carreira acadêmica: formei-me em Letras! Lembro-me do meu pai colocando livros de poesia na prateleira (ele gostava muito de J. G. de Araújo Jorge), isso no interior mineiro onde nasci (Ponte Nova).

A vida foi seguindo seu curso e eis que em 1998 vim para Belo Horizonte, inicialmente cursar História na UFMG. Foi nesse período que iniciei minha participação no movimento estudantil e na construção de escolas populares.

Percebi que a palavra escrita, fosse por meio de um panfleto, de uma pichação ou de um poema tinha uma força grande, cumprindo um papel importante de instigar, provocar, propagandear, anunciar. Foi concebendo a poesia dessa forma, não como algo fechado em si mesmo, mas como mais uma arma passível de uso na luta de classes, que comecei a escrever.

Tive oportunidade de conhecer algumas partes do Brasil e por onde andei encarei a realidade com olhos de revolta. Tornei-me militante, fiz minha opção ao lado dos trabalhadores, dos pobres. E a poesia acompanhou-me, engajou-se, tomou partido.

O livro Cartas de Alforria é uma pequena coletânea de poemas escritos entre 2005 e 2010. Inicialmente resisti um pouco em publicá-los, mas eis que fui convencido da importância de um material com esse caráter. 

Num tempo como o nosso, onde se ouve que já não vale mais a pena lutar, que tudo deve ser relativizado, que a arte deve estar 'acima' da luta de classes e que sua única função é entreter..., espero poder provar o contrário: o tempo é de lutar, o tempo é de tomar posição, a arte não é neutra.
Quando se escreve algo, aquela coisa é sua. Quando se publica algo a propriedade daquilo passa a ser dos leitores. Espero que quem leia um, dois ou todos os poemas do livro possa se identificar com a mensagem e possa sentir que não está sozinho na luta, enxergar que a arte é também uma importante trincheira de combate por um mundo novo.

Este livro é um canto, um grito, uma ação, e não seria possível realizá-lo sem o incentivo e apoio de inúmeros companheiros. Gostaria de registrar meu sincero agradecimento, primeiramente aos companheiros da Escola Popular Orocílio Martins Gonçalves, em Belo Horizonte, onde sou professor com muita honra. Em segundo lugar aos companheiros Cleuber Cristiano e Paulo Prudêncio, por suas contribuições com as ilustrações e projeto gráfico. 

Desejo ardentemente que os leitores dessas Cartas de alforria encontrem nelas inspiração e que se apropriem de meus versos fazendo deles elemento vivo na luta pela emancipação de nosso povo.
Cartas de alforria pode ser adquirido através das seguintes páginas na internet:  www.estantevirtual.com.br/richardson e www.escolapopular.com.br

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Propaganda permanente na universidade



Carta enviada pelo Comitê de apoio ao AND no Nordeste


No início de setembro começamos a montar banquinhas para propaganda de AND na UFPE (Universidade Federal de Pernambuco). Nossa meta é, no começo, colocar a banquinha pelo menos uma vez por semana em um departamento da universidade.

Os resultados da primeira experiência foram muito bons, foram vendidos, ao todo, 47 jornais. Somando as cortesias de números atrasados distribuídos aos interessados, atingimos um total de 127 jornais. 

Além de jornais, divulgamos livros e filmes como parte da campanha de finanças do comitê. Vendemos vários filmes a R$ 5 e estamos montando um catálogo bem variado de títulos.

Um professor inclusive sugeriu que fizéssemos a exibição de um filme na universidade e organizássemos um debate. Planejaremos isso para breve.
Saudações!

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Mensagem dos companheiros do comitê de apoio ao AND em São Paulo

“Companheiros,

Essas são as fotos da nossa brigada do dia 29/09 em São Paulo, em uma região fabril de grande movimento e de grandes histórias: o Belenzinho.

Aqui a nossa gloriosa classe operária travou grandes lutas e enfrentamentos. Essa fábrica é a FAME, com mais de 2.500 trabalhadores, sendo mais da metade mulheres, que se revezam em turnos.

Estamos fazendo a distribuição de cortesias e preparando-nos para a brigada de venda no local.

Observem a simpatia e aceitação do jornal, o que nos deixa claro, que devemos persistir em nosso trabalho.

Um forte abraço a todos e saudações de Nova Democracia!”






  

 

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Comitê de apoio ao AND celebra os 98 anos de Pedro Pomar


No dia 24 de setembro, reunidos na sede do A Nova Democracia, em São Cristovão, no Rio de Janeiro, apoiadores do jornal e ativistas do movimento popular celebraram os 98 anos de nascimento do dirigente comunista Pedro Pomar, nascido a 23 de setembro de 1913, em Óbidos, no Pará.

A celebração foi a primeira atividade cultural organizada pelo comitê de apoio ao jornal AND do Rio de Janeiro.

Na abertura do evento, o diretor do jornal, José Ricardo Prieto, fez uma explanação sobre a trajetória de Pedro Pomar e a atualidade de sua obra. Logo após foi aberto espaço para perguntas e intervenções. A discussão durou cerca de uma hora e meia. Diversos temas importantes sobre a vida militante de Pomar foram abordados.

Como parte das atividades culturais, houve um recital de poesia e a apresentação de um flautista tocando canções populares.

Ao fim da atividade foi feita uma homenagem ao companheiro José Maria Galhassi Oliveira, fundador do jornal A Nova Democracia e velho militante da luta popular. Com seus 85 anos de idade, a maior parte deles engajado na luta do povo brasileiro, enfrentando inclusive a prisão e as torturas durante o regime militar, José Maria recebeu uma sincera homenagem do comitê de apoio e da equipe da redação de AND pelos valorosos serviços prestados à imprensa popular e democrática e pela revolução brasileira.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

O Comitê de apoio ao jornal A Nova Democracia o convida para a celebração:

98 anos do nascimento do dirigente comunista Pedro Pomar 



http://mepr.org.br/midia/imagens/noticias/2009/setembro/pedro_pomar_cartaz.jpg


A trajetória de Pedro Pomar e a atualidade da luta pela Revolução Proletária no Brasil


Nascido no dia 23 de setembro de 1913, em Óbidos, Pará, Pedro Ventura Fellipe de Araújo Pomar, desde sua juventude, se dedicou à luta do povo pelo que, em 1932, ingressou no Partido Comunista do Brasil (PCB), vivenciando, já em suas fileiras, a efervescência dos preparativos e combates do Levante Popular de 1935. Então, doravante entregou abnegadamente sua vida à causa revolucionária da libertação nacional, do socialismo, do comunismo e do partido revolucionário da classe operária, participando do processo de reconstrução do PCB em 1962. Foi assassinado pelo regime militar fascista em dezembro de 1976, no episódio que ficou conhecido como o “Massacre da Lapa”, em São Paulo. Hoje, mais do que nunca, tem significado excepcional homenagear os grandes e verdadeiros revolucionários brasileiros.


Celebração:
Dia 24 de setembro, sábado, às 14:30h, na sede do jornal A Nova Democracia.
Rua Almério de Moura, 302, 4º andar, São Cristóvão.
Em frente a bilheteria 17 do estádio São Januário.

domingo, 18 de setembro de 2011

Brigada de divulgação do AND no Centro do Rio, dia 16/9


Essa brigada foi realizada na Central do Brasil na última sexta-feira e contou com a participação de 5 apoiadores do jornal. 20 exemplares da edição nova (número 81) foram vendidos.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Participe das brigadas de divulgação da imprensa popular!

Próxima brigada de divulgação do AND:

Sexta-feira, dia 16/9, às 16h, 
Local: entrada da Central do Brasil pelo terminal da Av. Pres. Vargas.

comite.anovademocracia.rj@hotmail.com

Foto de Patrick Granja, repórter de AND, é selecionada para exposição em Londres

 

      No último dia 3 de setembro, começou em Londres uma exposição fotográfica promovida pela marca de fightwear LUTA, exibindo uma seleção de 12 imagens do cotidiano de luta de moradores de favelas e bairros pobres brasileiros. O concurso para escolha das fotos foi organizado pelo portal VivaFavela e teve centenas de fotos candidatas. Entre as imagens escolhidas, está uma foto do repórter de A Nova Democracia, Patrick Granja, tirada na favela Vila Taboinha, no Rio de Janeiro, no dia em que agentes de repressão do velho Estado foram ao local levar a cabo uma ação de despejo contra os moradores, que resistiram. O protesto, que aconteceu em novembro de 2010, teve início pela manhã e bloqueou a única entrada da favela. Mesmo quando a tropa de choque da PM se aproximou da massa, manifestantes não arredaram pé e foram atacados com bombas de gás lacrimogêneo e tiros de bala de borracha. Contudo, o ataque não foi suficiente para expulsar os moradores. Depois de muita LUTA, os trabalhadores da Vila Taboinha garantiram a posse de suas terras e, até hoje, vivem no local. Para quem vive na Inglaterra e quer prestigiar a exposição, aqui vai o endereço.

  

LUTA
Centro de Unidade de 15/16 Thomas Neal
35 St Earlham
WC2H 9LD
Links de divulgação da exposição:

sábado, 10 de setembro de 2011

Shuji Kosek: Incansável militante da causa proletária

Artigo retirado do jornal A Nova Democracia nº 81 (setembro de 2011)



Davi Alves, São Paulo, agosto de 2011*

No dia 14 de julho passado, faleceu em São Paulo, capital, aos 77 anos, vítima de um câncer pulmonar, o militante comunista Shuji Kosek. Ele foi um convicto e firme militante comunista no qual se destacava a simplicidade, discrição, solidariedade, serenidade e decisão. Ele deixou sua companheira, dois filhos e uma neta.

Shuji Kosek nasceu no Japão em 1934 e emigrou com a família para o Brasil quando tinha 3 anos de idade. Em 1937 seu pai veio para o Brasil com os filhos mais novos e se instalou no interior de São Paulo, onde adquirira propriedade rural. De fortes costumes tradicionais feudais, impunha à família devoção ao imperador, razão pela qual os dois filhos mais velhos ficaram no Japão para servir ao fascista exército imperial de então, morrendo um deles como piloto kamikase na II Guerra Mundial.

Devido à falta de recursos, Shuji foi obrigado a interromper seus estudos aos 10 anos de idade, após terminar o ensino primário. Somente pôde retornar aos estudos com 21 anos, quando seu pai lhe concedeu um alqueire de terra para cultivar e arcar com suas despesas.

À diferença de toda sua família, Shuji rechaçava as tradições cultuadas por ela e desde a sua juventude inquietava-se com as injustiças da ordem vigente no mundo e no país, passando a admirar cada dia mais aos países e povos socialistas, bem como as lutas revolucionárias da época, como a Revolução Cubana e a Guerra de Libertação do povo vietnamita. No ambiente de grande agitação política da década de 1960, Shuji atirou-se à militância política de esquerda. Ao participar de um curso sobre marxismo ministrado por dirigentes da POLOP, logo decide se incorporar a esta organização.

Entre os anos de 1964 a 1969, participa de diversas manifestações estudantis em São Paulo e é neste período que ingressa no curso de matemática da USP, tornando-se professor no cursinho pré-vestibular Equipe. Lá faria contatos com outros militantes de diferentes organizações revolucionárias.

Em setembro de 1969, seu companheiro de trabalho no cursinho Equipe e com quem dividia apartamento, Ishiro Nagami, morre num acidente com a bomba que o mesmo confeccionara para uma ação revolucionária. Shuji, até então, desconhecia a militância de seu companheiro na ALN. Em razão de tais coincidências, é preso e brutalmente torturado para que admitisse seu envolvimento na confecção da bomba e militância naquela organização. Porém, os torturadores nada puderam obter dele, senão que se depararam com a extraordinária firmeza e decisão de um jovem revolucionário, franzino, de pequena estatura.

Quando sai da prisão, obtém apoio de companheiros do MR8, organização que passa a integrar, recebendo dela orientação e apoio para sair para o Chile, onde a mesma planejava realizar seu congresso de reorganização para retomar a luta no país de forma mais estruturada. Já no Chile, se vê obrigado a abandonar o país após o golpe militar do general Pinochet. Mesmo sabendo dos riscos, ele decide regressar ao Brasil. Ao chegar ao Rio Grande do Sul é novamente preso e transferido para o Doi-Codi/SP, onde é mais uma vez brutalmente torturado. Mais uma vez vence a tortura com firmeza, derrotando seus covardes algozes, negando-se a fornecer qualquer tipo de informação.

Já no presídio Tiradentes, São Paulo, Shuji recontata o MR8 e assim que deixa a prisão se lança de corpo e alma na militância clandestina. São anos difíceis sob o regime militar para reaglutinar militantes na luta de organização da resistência popular nos bairros, fábricas, sindicatos, no movimento estudantil e na luta pela libertação dos presos políticos. Com o reascenso do movimento de massas do final dos anos de 1970 e início dos de 1980, atuando na zona Sul de São Paulo, lança-se como brigadista do Jornal Hora Povo no Largo 13, em Santo Amaro e no Jardim Ângela.

Dada à sua abnegada militância, compromisso e firmeza, é convocado pelo comitê central da organização para assumir as tarefas de apoio logístico da direção. No cumprimento desta tarefa Shuji se depara com a conduta liberal de alguns membros da direção, problema que se agrava com divergências na linha política, levando-o ao rompimento com o MR8 no ano de 1983. Após esse rompimento e sem identificar maior justeza em nenhuma outra organização que conhecesse, Shuji passa a trabalhar em sindicatos e busca desenvolver atividades de solidariedade às lutas populares. Jamais deixou de lutar um só dia pela liberdade e defendia a necessidade da revolução como única via possível para realizar as aspirações das massas populares, na construção de uma nova sociedade.

Em 2005, através de outro ex-preso político, Shuji conhece o jornal A Nova Democracia, encontrando nele grande identidade com seu pensamento. De leitor assíduo, passa imediatamente, junto com outros apoiadores, à tarefa de formação do Comitê de Apoio ao AND em SP. Mesmo com idade já avançada e problemas de saúde, participa ativamente na organização das brigadas de divulgação do jornal no Largo 13, Praça da Sé e portas das fábricas MWM e Prada. Sua firmeza e abnegação foi um grande exemplo para todos. Além de ter se tornado um tribuno popular do AND, preocupado com o rumo da luta revolucionária no país, Shuji retoma sua militância de veterano comunista. Busca reaglutinar velhos companheiros e se dedica incansavelmente às atividades de organização de círculos de operários, mulheres e estudantes.

Indignado com a traição e o oportunismo da maioria dos militantes ditos de esquerda, repudia o reformismo e o apodrecimento a que chegou o movimento sindical, rechaça a cantilena eleitoreira e propugna pelo caminho da luta armada como o único meio capaz de levar o povo a conquistar seus direitos pisoteados, através da luta pela conquista do poder para o povo. A partir de um profundo balanço crítico e autocrítico do processo revolucionário mundial e brasileiro, Shuji passa à defesa do maoísmo como sendo a terceira etapa de desenvolvimento do marxismo, do marxismo-leninismo. Defendia o maoísmo como o marxismo e o marxismo-leninismo da atualidade.

Empenhado no estudo da ciência do proletariado, buscava sempre estimular que todos estudassem o marxismo, com atenção particular para com os jovens. Na defesa da luta armada e da necessidade de um autêntico partido revolucionário do proletariado brasileiro para levar adiante a revolução de nova democracia ininterrupta ao socialismo, dedicou nos últimos anos intenso e infatigável trabalho de propaganda revolucionária e de organização. Com a firmeza, humildade, paciência e decisão de sempre, Shuji conquistou grande admiração de todos que com ele atuava, particularmente daqueles das novas gerações de revolucionários que a ele se uniram. Hoje sentindo sua imensa falta, buscamos suprir sua ausência redobrando esforços e seguindo seu exemplo de militante incansável e devotado à causa.

*Pelas companheiras e companheiros revolucionários de São Paulo